sexta-feira, 10 de julho de 2015

CORRIDA  DE  SUBMARINOS

Os submarinos como todos sabem são vasos de guerra que possuem como principal característica a possibilidade de navegarem sob as águas. Mesmo com esta característica desvantajosa e sendo disputadas à noite, as corridas de submarinos tinham um grande número de espectadores no Rio de Janeiro.

Historicamente a primeira citação a uma Corrida aparece num samba popularizado pelo Jorge Veiga, onde ele conta que estacionou na Praça Paris para mostrar o Pão de Açúcar à Conceição. Isto deve ter sido antes do Aterro, provavelmente lá por 1953.

Os casais estacionavam seus carros em qualquer lugar da orla. Existiam é claro lugares mais procurados, mais centrais, de acesso mais fácil. Em frente ao Country, no Arpoador, entre a Farme e a Teixeira de Mello, Barra da Tijuca ou  Praia Vermelha.

Embora não existissem regras rígidas, alguns lugares tinham características próprias. Na Praia Vermelha por exemplo, patrulhada por soldados do exército, não era possível grandes expansões. Era ideal para uma despedidazinha, principalmente se a moça morava no Flamengo, Botafogo ou adjacências.

A Barra era um deserto completo. Uma vez um companheiro da PUC, recostou a cabeça na janela para olhar o céu ou respirar um pouco, sei lá. Eis que surge uma velha louca que morava por lá, passa um acorda no seu pescoço e começa a apertar. Sorte que sua amiga era esperta saiu do carro rápido e começou socar a velha que afrouxou o aperto e ele escapou. A turma ficou uns tempos sem aparecer por lá.

Outro problema sério da Barra era na saída. Freqüentemente alguém atolava na areia e era necessário auxílio Os mais experientes tinham uma corda junto à caixa de ferramentas, sempre passava um par de almas boas que davam uma mão. De qualquer forma os reboques do Touring e do Automóvel Clube, faziam um bom dinheiro nas noites de sabado.
Até na Lagoa existiam corridas. É claro que com submarinos adaptados para menores profundidades e percursos. Ficava mais ou menos em frente à Hípica. Ali foi um dos últimos locais onde foi possível assistir a uma boa corrida.

Tinha também o Drive In. O primeiro ficava em São Conrado, exatamente onde hoje localiza-se o Hotel Nacional. Com a construção do Hotel o Drive mudou-se para o alto do Joá, improvisado no pátio de um restaurante desativado. Quem não se lembra da mensagem escrita em letras imensas na parede branca: NAMORE MODERNAMENTE.

As bebidas eram colocadas em badejas presas na porta do carro. De vez em quando podia-se observar um copo de alguma coisa deslocando-se vagorasamente até cair, impulsionado pelo movimento ritmado do automóvel.

Colocar as bebidas dentro do carro também estava longe de ser uma solução. De repente um abraço mais violento, um movimento mais brusco e lá se ia o copo de gin tônica pelos ares.

Valia tudo nas corridas. Um bem comportado início de namoro, ao som de fitas cuidadosamente gravadas para a ocasião. O amor completo louco e desvairado com sérios riscos de distensões musculares, em função do pequeno espaço disponível. Rompimentos calmos ou turbulentos. Às vezes parava-se de namorar para ouvir o quebra pau no carro vizinho.

Os lançamentos da indústria automobilística, ainda engatinhando, eram saudados por todos. Ah! Os bancos reclináveis, quantas possibilidades... O tanque de água para limpar o pára-brisas, capaz de remover a maresia que se acumulava por fora do vidro. O desembaçador que fazia serviço similar por dentro, dissipando os vapores do amor. E aquelas alças estratégicas que alguns juravam ser de grande utilidade.

Uma dificuldade que nunca foi resolvida era a maldita alavanca de câmbio. O freio de mão resolvia-se com uma almofadinha. Para a alavanca o jeito era engrenar uma primeira para incomodar menos. Era comum na hora de ir embora ligar-se o carro com a marcha engrenada
Outra dificuldade tecnológica eram as buzinas que permaneciam ativadas quando desligava-se o motor. De vez em quando na calma da noite era aquele susto.

Marca registrada do Rio de Janeiro— que outro lugar no mundo teria a criatividade de inventá-las?— as corridas começaram a perder sua assistência por diversos motivos sociais e econômicos. A revolução dos costumes cristalizada na década de sessenta, banaliza um pouco o sexo e desvaloriza o “scherzo”. Os espanhóis no Rio, percebem a tendência, interagem acelerando o movimento. Proliferam os motéis bem montados e seguros.

Nossos insensíveis prefeitos vão criando, jardins e meios fios inescaláveis, impedindo a chegada dos veículos até a orla. A cidade descaracteriza-se. Hoje a violência urbana encoraja os pais a convidarem os namorados e namoradas ao pernoite.

Acabou-se o intimismo, aquela gostosa cumplicidade a dois, os encalhes nas areias da Barra, o susto provocado por um guarda que queria dinheiro, o banho de gin tônica, o mico da buzina tocando no meio da noite e aquele último cachorro quente no Geneal.

Dissemos adeus ao mistério e a magia que envolvia tudo isso. A adrenalina foi embora, canalizada para os esportes radicais.


                                                      para Evaldo, um aficionado
                          


                              Rio de Janeiro 10 de Dezembro de 1995


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pois é, tem dias que são não e dias que são sim. Nos não, geralmente domingos e feriados não tenho compromissos, normalmente um dia de trabalho nunca é não. Nesses dias tudo que eu começo não me satisfaz, vou escrever, nada saí; vou fotografar, nada vejo; vou ouvir uma música e tiro todos os Cds das caixas. Como um doce da vontade de comer um salgado, enfim uma sucessão de nãos.

Já num dia sim tudo da certo tudo vai em frente vejo fotos até num cortador de unhas sinto aromas inebriantes vejo as cores saturadassas tenho vontade de falar com todos os amigos vontade de trabalhar nas minhas coisas idéias para estudos novos novas historias muitas cosias nem vão em frente mas sempre fica algo não é da vontade de escrever tudo sem pontuação e que se foda o corretor de texto com seus verdinhos irritantes

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Como esse é um blog com frequencia de fotógrafos, aí vai uma dica de um site com boas dicas

http://www.cambridgeincolour.com/

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

montmartre, paris foto jcfilizola


PARIS COM 7 ASES DE OURO E 1 CURINGA


Walter Firmo nos leva à Paris para conhecer os seus

7 mestres da fotografia francesa e nos mostrar como

eles encontraram sua expressão máxima em Paris.


Veremos os retratos clássicos de Nadar, o surrealismo

que permeia as ruas de Atget, a elegância da alta

sociedade de Lartigue, a noite nas ruas de Brassai,

a eloquência dos objetos de Kertesz, os subúrbios

de Doisneau e o instante decisivo de Cartier-Bresson.

Serão 7 aulas práticas e 8 teóricas, totalmente

ministradas em português.

Informações:

Stela Martins - 21 9602-7515

WF Produções - 21 2521-0544


RESUMO

Ida: 8/1/2011

Volta: 20/1/2011

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Que falta que me faz o teu sorriso

Este teu sorriso iluminado,

Pena não tê-lo encontrado mais cedo,

Quando o tempo podia ser dobrado

E a vida era só mais um brinquedo.

Este teu sorriso iluminado,

Que bom tê-lo encontrado enfim, um dia...

Mesmo num tempo duro como aço

E a vida tão real que até dá medo

Teu sorriso tão amigo...

Que embora possa achar

Que estou errado,

Sempre escuta o que eu digo.

Quando você não vem e às vezes some,

Ou zangada disfarça e olha para o piso,

Será que percebe?

A falta que me faz o teu sorriso

sábado, 6 de novembro de 2010

PROMOÇÃO


Ela é gateira, fotografa, flamenguista, e boa gente...

Bolou uma promoção bacana para esse fim de ano... Veja lá no blog dela, é aqui pertinho

http://prosopopeiascintilantes.blogspot.com/


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Canção de amar você

Eriçar teus pelos

Embaraçar cabelos

Te passar meus medos

Te roçar meus dedos

Dançar tua dança

Te levar pra França

Te deitar na cama

De rolar na grama

Desfazer tua trança

De te ver criança

De correr na praia

Se ainda se usa:

De abrir tua blusa

E por todos os meios

Acariciar teus seios

Perder o juízo

Com teu sorriso

Entrando de improviso

Pelo meu ouvido

Já tão esquecido

Te amar mansinho

Abrir tuas portas

Fazendo carinho

Penetrar tuas locas

Numa ânsia louca

Beijar tua boca

Enroscar meus braços

Pelo teu pescoço

Criar com meus traços

O teu lindo esboço

Me sentar na praia

Enrolar tua saia

Me sentir querido

E no teu ouvido

Dizer com cuidado

Que me sinto amado

E o que eu sempre quis

Foi te saber feliz